CONTROLE DE PASSAGEIROS

O transporte público urbano foi duramente afetado em 2020, por uma das maiores pandemias sofridas pela humanidade, havendo a necessidade da implantação de diversas ações, decretos e medidas de distanciamento social, em maior ou menor grau, como forma de frear a contaminação da população, ações essas que implicaram diretamente na redução ou mesmo paralisação do transporte coletivo em várias partes do mundo. Desta forma, necessitou-se criar formas alternativas para transportar e fazer o controle de passageiros, principalmente nos meios mais utilizados para o trabalho, assegurando o funcionamento das empresas e reduzindo as perdas sofridas.

Uma breve análise da mobilidade no Brasil deixa claro que a maior parte da população, cerca de 44,3%, utiliza o transporte público como seu principal meio de deslocamento diário para o trabalho, escola, faculdade e lazer. É muito comum ver terminais, ônibus e metrôs lotados, principalmente nos horários considerados de pico, nos quais ocorre uma maior demanda de usuários ao mesmo tempo, o que torna a chegada ao trabalho uma rotina diária de superação e ansiedade. Somado a isso, temos os altos valores das passagens, malha rodoviária precária e veículos defasados, sendo este o primeiro grande desafio do trabalhador: chegar ao trabalho no horário e disposto para exercer suas atividades laborativas.

Só para se ter uma ideia do impacto econômico do transporte coletivo no Brasil, com as resoluções, decretos e medidas de controle aplicadas em 2020, o PIB do setor registrou uma retração de -11,3%, quando comparada com o mesmo período do ano anterior. Em um semestre marcado pela pandemia da Covid-19, esse foi o pior resultado para o setor desde o início da série histórica das contas nacionais iniciada em 1996. Além disso, o desempenho do transporte foi duas vezes pior do que o registrado no auge da recessão de 2014-2016. São números assustadores que mostram a realidade de um país que depende fundamentalmente do transporte coletivo de passageiros para economia “andar”.

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